Descansar.
Deitadinha na cama e descalça.
Depois de tarde às compras.
A ler "A Cruz Vazia", de Maria Teresa Gonzalez.
Enquanto espero que volte do trabalho.
"A Cruz Vazia", de Maria Teresa Gonzalez
Antes de morrer, Ana de Gusmão manda chamar Maria Inês à sua casa no Alentejo e deposita nas suas mãos uma cruz de madeira, com trezentos anos, onde cristo está ausente. De regresso a Lisboa, onde vive, Maria Inês conserva a misteriosa cruz durante largo tempo, sem saber muito bem qual o seu significado, nem por que motivo ela lhe chegara às mãos. O verdadeiro sentido, soube-o, um dia, ao olhar à sua volta e ter constatado que cada um de nós carrega na forma de uma dor, na incerteza de um destino, na doença e na morte, o recorte da esperança, quando nos dispomos a ver em cada semelhante um destino único e singular e, na cruz, o lugar da salvação que só a solidariedade e o amor podem imortalizar.