CHURCHILL costumava dizer que a falta de pontualidade era um hábito vil. Meu Deus, como eu entendo o velho Winston. Marco encontro para as três da tarde. A pessoa em causa chega à s três e meia. Nenhuma palavra sobre a matéria. A matéria não merece qualquer palavra. Hoje em dia, chegar com trinta ou quarenta minutos de atraso é uma minudência e, pasmem, uma perfeita normalidade. Já ouvi dizer que era de bom tom. Sou o avesso disto tudo. Um perfeito representante da escola kantiana que se move ao ritmo dos ponteiros. O encontro é à s três? Eu compareço à s três - porque usualmente cheguei à s duas e cinquenta. E aguardei. Por respeito. Porque sei, porque entendo, porque sempre me disseram que a falta de pontualidade não era simplesmente um falha. Era uma forma insultuosa de lidar com os meus semelhantes. Uma forma invisÃvel - e inaudita - de dizer: tu não me mereces qualquer consideração e, consequentemente, eu não me sinto obrigado a respeitar os compromissos que firmei contigo. Claro que existem sempre excepções. O carro. O trânsito. Os miúdos. O colégio. Pessoalmente, só tolero uma única desculpa: a morte súbita da pessoa em causa. Nunca aconteceu. Nunca acontece.
Post do jpcoutinho que li no Cafajeste, e não podia vir mais a proposito.
Começo por subscrever na integra; eu também sou dessas "estranhas" pessoas que seguem os horários (O encontro é às três? Eu compareço às três - porque usualmente cheguei às duas e cinquenta.).
Sim, a mim ensinaram-me que fazer as pessoas é uma enorme falta de respeito, não, eu não gosto que me façam esperar, e seguindo o velho ditado: Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti...
Isto para despejar um pouco da raiva de ontem: tinha uma consulta marcada, 1h35 min depois da hora marcada saiu a doente anterior a mim, não, é claro que não entrei logo!! que ideia parva!! quem entrou foi uma sinhôra doutora, amiga da minha sinhôra doutora, "Era só para me despedir", consegui ouvir ainda antes de me fecharem a porta na cara.
Pois levaram 10 min a "despedirem-se", e isto porque tive que perguntar à assistente da tal sinhôra doutora se ela não se teria esquecido que tinha uma última consulta?? que não, que a sinhôra doutora sabia..., ai sabe?? então vá lá recordá-la??, e ela com cara de pau: acha??, é claro que acho sua parva?? (o sua parva foi só pensado...).
Lá tiveram que acabar as despedidas mais rápido...
Entrei eu,..., desculpe pelo atraso?!?!?! NÃO, porque raio havia ela de me pedir desculpas?!?!?! afinal o consultório é dela!! ela faz o que lhe apetece!!!
Só que eu também faço o que me apetece! que é nunca mais lá voltar.