Recebido por email, não sei quem escreveu, mas concordo plenamente.
1. A jornalista Maria João Ruela foi, por indicação da sua entidade patronal, para o Iraque fazer uma reportagem sobre um paÃs em guerra. A jornalista Maria João Ruela, e sua entidade patronal, sabem que nas guerras existem probabilidades, um pouco mais 'prováveis' de acontecer ser ferida, morta ou assaltada, do que se estiver a fazer uma reportagem sobre a desaparecimento das urgências de pediatria no hospital de Santa Maria. A jornalista Maria João Ruela foi ferida e assaltada enquanto exercia o seu trabalho de jornalista para a sua entidade patronal. A jornalista Maria João Ruela foi evacuada para o Kuweit, onde foi assistida num hospital local. A jornalista Maria João Ruela foi re-evacuada (isto é, evacuada depois de já ter sido evacuada) de um hospital no Kuweit para um hospital em Portugal, para isto foi enviado um avião do INEM (sim, parece que tem um...) de propósito ao hospital do Kuweit para trazer a senhora para um hospital em Portugal.
2. Se o pedreio Manuel Capucho se ferir num acidente de trabalho em angola (onde a assistência médica está longe de ser igual à do Kuweit...) o INEM vai mandar um avião? Se o pescador António Barreto se ferir na pesca do bacalhau na Terra nova, o INEM vai mandar um avião á gronelândia? Se uma criança de Odivelas necessitar de atendimento urgente num dia de greve nos transportes e, por o hospital Dona Estefãnia (que agora é o único com urgência pediátrica...) que está numa zona de difÃcil acesso rodoviário, estiver inacessÃvel em tempo útil... o INEM vai enviar um avião a >odivelas? Se tu, que pagas os mesmo impostos que a jornalista Maria João Ruela (que foi para o Iraque trabalhar, como tu vais para o trabalho todos os dias) tiveres um acidente de trabalho, o INEM vai-te buscar de avião?
3. O jornalismo português que é tão zeloso quando se gasta o dinheiro dos contribuintes... agora está calado???!!!!!! O jornalismo português tão ávido de sangue quando se trata de matar o nome que qualquer cidadão distraÃdo... agora está calado? O jornalismo português que conseguiu a proeza de mandar um batalhão de jornalistas que só conseguiam fazer reportagem... sobre os outros jornalistas... agora não escreve sobre esta jornalista? O jornalismo português que tanto gosta da concorrência entre si... agora está todo de acordo? O jornalismo português tem espinha? O jornalismo português tem moral? O jornalismo português sabe o que é a independência?
4. O jornalismo português, que já tinha inventado a forma peculiar de dar notÃcias ao estilo: morreram 3 pessoas e 1 jornalista, agora tem uma razão para se sentir realizado: Os jornalistas, de facto, não são pessoas (pelo menos pessoas como os outros humildes mortais...)
5. Seria bom que o governo português que justificou o fecho da urgência pediátrica de Santa Maria (por sinal o hospital com o melhor serviço de pediatria e neo-natalidade de Lisboa) por razões ecónómicas, tivesse utilizado aquele dinheiro para manter o serviço aberto e deixasse a jornalista Maria João Ruela se restabelecer no hospital do kuweit (que é excelente!!!) e viesse para portugal, num avião comercial, depois de restabelecida... A saúde das nossas crianças ficaria agradecida...
Nota: Espero que a Maria João Ruela recupera total e rapidamente, mas concordo com tudo o que foi escrito.