"A vida é triste"

Não a vida não é triste.
A vida só é triste se deixarmos de lutar, se deixarmos de tentar torna-la feliz, se deixarmos de tentar colori-la.
Se quizermos continuar a ver só o cinzento, e não ver o verde de uns olhos lindos, o amarelo de um cão feliz a abanar o rabo, o azul do mar do algarve no inverno, o bege da areia ainda fria que continua guardada junto com a concha. Apanhando estas pequenas cores podesse construir um arco-iris lindo.
Um arco-iris cheio de cor, onde está também o cinzento, mas estão tantas e tantas outras cores que dão cor a todos os dias que vão passando, uns mais coloridos que outros, mas sempre com côr.

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sexta-feira, maio 14, 2004

Vontade

A vontade de trabalhar é nula.
A vontade de te bater é imensa, uma enorme tareia para te chamar à razão.
A vontade de ter um pé magoado é nula.
A vontade de te ver é imensa.

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quinta-feira, maio 13, 2004

De pé avariado (...e muletas)

Como a festa estava a correr mesmo bem, nada melhor do que uma ruptura de ligamentos no pé operado à 8 anos para me melhorar a vida.
Voltamos aos tempos aureos das muletas, da tala no pé e de muita paciência e força para conseguir superar tudo outra vez.
É que já foram mais de 6 anos de entorses, rupturas e quedas, que acabavam sempre em fisioterapia, muletas e muito descanso, e culminaram numa operação que me deu cabo de um verão, para estar 3 meses de gesso, e muito esforço de recuperação.
Agora foi tudo deitado fora e parece que voltei ao ponto de partida.
Não sei se aguento mais isto, mas sei que tenho que aguentar.
Estou frágil demais.

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quarta-feira, maio 12, 2004

(um barulho ensurdecedor)

E aqui o quase silêncio, curioso, costuma haver tanto barulho.
Quando começa a agitação já não consigo ouvir música, não consigo ficar sozinha com todos estes pensamentos, a concentração foge.
Tenho que estar no meio da multidão e do barulho ensurdecedor para me sentir menos só, mas nem isso resulta.
O vazio, um enorme vazio.

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